Pois é... ao fim de 38 semanas e 5 dias entrei na maternidade
para o grande momento... para o primeiro dia da minha nova vida... o dia em que
ia conhecer o mini ser humano que se desenvolvia dentro de mim ao fim destes
nove meses. (Vê os meus desabafos de Nutricionista Grávida AQUI)
E foi ali que a minha vida mudou... sou mãe!
Como grande parte das recém mamãs (especialmente as que o são
pela primeira vez, como é o meu caso) começam as dúvidas, as dificuldades e
claro, as noites mal dormidas, que não nos ajudam a pensar de forma clara e a
tomar decisões de forma assertiva. Percebo ao longo do tempo que faz tudo parte
e que as inseguranças são transversais a quase todas nós.
Foi com a Enfermeira Carmen, autora do blog Bebé Saudável,
que esclareci muitas destas questões e que consegui certificar-me de que estava
a fazer as escolhas certas. Por isso mesmo decidi convidá-la a participar no Santa
Melancia e a ajudar outras mães que, tal como eu não nasceram ensinadas. Senti
que precisava da orientação de alguém que percebesse do assunto, que me desse a
confiança de que era este o caminho. É um bocado como na nutrição... é tudo
muito natural... toda a gente se alimenta desde que nasce... mas o papel de um
nutricionista é fundamental para orientar escolhas e transmitir confiança a
quem as segue. Por vezes pormenores simples podem fazer toda a diferença. Senti
isso mesmo com as orientações da Enfermeira Carmen no que toca a amamentação e
não só. Depois de muito a “chatear” com as minhas dúvidas, a sua
disponibilidade foi incansável... gostava de poder guardá-la num frasquinho e
levá-la comigo para todo o lado!
Sempre ouvi dizer que “mãe sabe o que é melhor para o seu
bebé” porque “mãe tem instinto”, mas eu tive muitas incertezas, mesmo já
sabendo toda a teoria dos livros e de acompanhar os milhares de grupos do facebook
relacionados com o tema.
A minha melanciazinha procurou a mama ainda no bloco de
partos, onde eu, de forma (também) muito instintiva respondi aproximando o seu
corpo do meu e dando-lhe o seu primeiro colostro. Já me tinham alertado para
todas as dificuldades da amamentação, de tal forma que achei que iria ser algo
terrível e doloroso. No meu caso não foi
nada disso... foi uma conexão incrível que me deixou fascinada com o
poder da natureza. Afinal somos isto!
A partir do momento em que nasceu senti que tinha uma
responsabilidade enorme de tentar fazer o meu melhor para cuidar deste ser.
Protegê-lo, alimentá-lo e vê-lo crescer!
Apesar do primeiro impacto com a amamentação ser muito
instintivo, a partir do momento em que começamos a alimentar o nosso bebé é o
momento em que começam também as dúvidas. Será que estou a produzir leite
suficiente? Afinal de contas a nossa mama não conta mililitros! Se chora, será
fome? Estará bem alimentada? Os bebés choram por diversos motivos não sendo necessariamente
falta de alimento, mas nós queremos o melhor para o nosso bebé e é normal todas
estas questões. Aproveitem e passem pelo blog da Carmen AQUI ou assistam às
suas palestras e formações.
Como é que a alimentação pode ajudar na amamentação?
Esta não é uma altura para dietas restritivas, por muito que
se deseje voltar a entrar nas roupas lindas que nos vimos privadas durante nove
meses. Por todas as exigências física, fisiológicas e psicológicas é
fundamental uma alimentação cuidada e a horas... e muita, muita água!
Nesta fase, com tanta coisa nova, é fácil descontrolar
horários. O tempo escasseia e quando vejo o sol a pôr-se lá fora é que percebo
que ainda tenho o cabelo todo descabelado, que ainda não despi o pijama e que o
duche que achava que tinha tomado pela manhã, foi na verdade no dia anterior. A
noção temporal é algo que me tem escapado por completo e por isso é importante
não negligenciar a alimentação. Se não for por nós, deverá sê-lo pelo nosso
bebé. Dormir quando possível e fazer refeições regulares é muito importante
para que tudo corra melhor.
Há quem acredite que existem “leites fracos” e que apesar do
bebé mamar bem, não fica satisfeito pois o leite da mãe não é nutritivo. Pois
bem, não existem leites fracos ou fortes, nem maus leites. Podemos contudo,
através da alimentação da mãe e da escolha específica de alimentos funcionais,
interferir na quantidade de leite produzida.
A melhor forma de aumentar a produção de leite materno é
mesmo…. amamentar! Quanto mais o nosso bebé mamar, mais leite iremos produzir.
Sem dúvida que este estímulo é fundamental para que o
estímulo nervoso e hormonal responsável pela produção de leite seja ativado.
Por mais aveia que se coma, se não houver um bebé que mama, não haverá produção
de leite (certo!). Porém, existindo o estímulo mantido, a alimentação parece
ser uma excelente aliada na produção de leite, podendo dar uma grande ajuda
para as mães que estão na luta de manter a amamentação ou que achem que não
produzem leite em quantidade suficiente.
Já ouviste certamente dizer que se estás a amamentar deves beber
cerveja preta ou comer bacalhau... há sempre uma tia, um vizinho ou uma amiga
da amiga que disse que tornavam o leite mais forte... contudo não existe, até à
data, nenhuma evidência de que estes
alimentos interfiram positivamente na produção de leite. Na base, estes
são apenas mais dois exemplos de mitos relacionados com a gravidez e
amamentação.
Porém a ideia geral de que a escolha de alimentos específicos
pode fazer a diferença está certa. Não que vá tornar o leite mais “forte” ou
mais “nutritivo”, uma vez que, ao contrário do que muitos acreditam, não existe
aquilo que se diz ser um mau leite ou um leite fraquinho: o leite materno é
sempre um bom leite. O que pode acontecer é existir maior ou menor quantidade
do mesmo e como tal, quando em quantidade reduzida não ser suficiente para
alimentar corretamente o nosso bebé. E é aqui que a alimentação da mãe pode
interferir.
Assim sendo, deixo-vos uma lista de alimentos que estão
associados à melhoria da produção de leite materno. São alimentos saudáveis, uns
mais corriqueiros que outros, mas que fazem parte de uma alimentação
equilibrada. Apresentam inúmeros benefícios do ponto de vista nutricional e
como tal não custa nada tentar.
AVEIA
Tem um poder anti-inflamatório que ajuda a
reforçar o sistema imunitário da mulher, actuando a nível da glândula pituitária
(responsável por coordenar hormonas da produção de leite),
Alfafa: Pode encontrar na forma de rebentos ou sementes
que pode adicionar às saladas ou a uma tosta, por exemplo. Para além deste
alimento ser rico em minerais e vitaminas, é considerado um alimento
estrogénico que atua positivamente na glândula pituitária, ajudando na produção
de leite.
Vê as minhas receitas de aveia crocante para o teu pequeno almoço pró amamentação AQUI
ALHO
Este alimento tem propriedades anti-inflamatórias,
mas não atua diretamente a nível glandular ou hormonal como os anteriores.
O alho tem um sabor forte que é passado para o leite
materno. Os estudos parecem demonstrar que os bebés apreciam este sabor no
leite, pelo que, na sua presença os bebés mamam mais vezes, aumentando assim o
estímulo nervoso que vai ativar o estímulo fisiológico da produção de leite.
Não deve ingerir este alimento em excesso, dado que é um alimento com efeito
lactogénico.
SEMENTES DE SÉSAMO
Ricas em cálcio e minerais, que
ajudam na composição do leite materno. Estas sementes podem ser consumidas
trituradas, sob a forma de manteiga de sésamo ou preparando Tahini (ver receita AQUI)
NOZES
Ricas em proteína e ácidos gordos essenciais, são
importantes na dieta da mulher (mesmo que não amamente). As proteínas presentes
nas nozes ajudam a libertar um neurotransmissor – serotonina, importante para a
produção de leite materno. A serotonina tem um efeito no nosso corpo de
bem-estar que induz as hormonas do leite materno a serem segregadas e a
manterem-se em circulação no sangue.
DENTE DE LEÃO
É uma erva medicinal que na cultura
oriental utilizam para a recuperação da mulher no pós-parto. Tem efeitos
benéficos a nível da recuperação e também na produção de leite.
NÃO USAR SE:
está a tomar medicação diurética
FUNCHO
Este é um clássico! As mães usam o funcho para
alívio das cólicas do bebé já desde o tempo da minha avó (e certamente da avó
da minha avó). Pois é, na verdade as propriedades do funcho são fantásticas
para a promoção da digestão e no aumento da produção de leite materno, contudo
hoje em dia sabe-se que o seu consumo regular pode ter efeitos negativos para o
bebé e, quando em excesso pode ter um efeito neurotóxico no recém
nascido. Assim sendo o melhor é não arriscar e não exagerar. Se quiserem tomar
infusões, ervas ou medicamentos enquanto amamentam falem sempre antes com o
vosso médico pediatra ou passem pelo site da e-lactancia AQUI, que ajuda a identificar
quais os ingredientes de risco durante a amamentação.
E por falar em chás e infusões… existem imensos no mercado a
prometer maravilhas para a produção de leite! As únicas ervas que a mulher que
amamenta pode consumir de forma segura são infusões como a camomila, cidreira,
tília… (em caso de dúvida vejam no site www.e-lactancia.com).
E lembrem-se que os melhores infusões são orgânicas feitas de folhas frescas.
E lembrem-se que os melhores infusões são orgânicas feitas de folhas frescas.
Podem acompanhar estas outras dicas sobre gravidez,
amamentação, pré e pós parto no blog Bebé Saudável, da Enfermeira Carmen, com
direito ainda a algumas receitinhas deliciosamente saudáveis! Passem por lá!
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