A salicórnia é uma planta que se desenvolve
naturalmente em ambientes com elevada salinidade (por isso chamada de halofita),
como é o caso das zonas costeiras, rias e junto a salinas. Esta particularidade
confere-lhe um sabor característicos e uma riqueza mineral muito interessante
com um teor em cloreto de sódio muito inferior ao conferido pelo tradicional
sal de cozinha.
Do ponto de vista nutricional é uma fonte
natural rica em vitaminas como A e C, em ácidos gordos essenciais e ainda em minerais como iodo, sódio,
magnésio, cálcio e ferro.
De crescimento fácil, esta planta, que foi até
relativamente pouco tempo, considerada como “erva daninha”, é hoje utilizada
como ingredientes “gourmet” em pratos sofisticados.
Pode ser usada para cozinhar ou temperar em
cru, fresca ou desidratada, como substituto natural do sal, sendo por este
mesmo motivo chamada carinhosamente de “sal verde”. Apresenta um sabor especial
que se adapta muito bem a pratos de peixe ou carne e também em caldos, sopas e
saladas. A sua utilização dispensa totalmente a adição de sal.
Para além do paladar e salicórnia possui
imensos benefícios para a nossa saúde, tais como:
- acção antioxidante;
- acção diurética;
- acção anti-tumoral;
- repositora de eletrólitos;
- combate problemas de hipertensão arterial.
Ao conseguirmos a substituição do sal por
salicórnia conseguimos reduzir o consumo de sódio de forma significativa.
Apesar deste mineral ser útil e essencial a diferentes funções do nosso
organismo a sua ingestão excessiva está diretamente relacionada com aumento da
pressão arterial, aumento do risco cardiovascular, aumento da retenção de
líquidos e edema. O consumo total de sal, segundo a Organização Mundial de
Saúde não deve exceder os 5g/dia, que não é mais do que uma colher de chá. Se
pensarmos bem no nosso consumo diário (incluindo a adição de sal aos
cozinhados, temperos e ao sal existente nos alimentos que consumimos embalados
– ditos processados), segundo os mais recentes estudos, a população portuguesa
excede largamente esta recomendação.
Porque apesar de viver em Lisboa desde os meus 18 anos, altura em que entrei na faculdade, sou filha de terras do sul. No Algarve, terra onde cresci, vivia junto à Ria Formosa e foram muitos os passeios que por lá fiz. Lembro-me perfeitamente destes mini espargos verdes que pareciam crescer alegremente pelo caminho. Quem diria que afinal, se chamam salicónia, são um ingrediente gourmet e para além disso são óptimos substitutos do sal, com inúmeros benefícios para a saúde?
Se viverem por essas bandas aproveitem e levem alguns para casa.
Se sempre falámos em alternativas ao sal como é
o caso da utilização de ervas aromáticas, especiarias ou sumos de frutos (como de
limão) para dar sabor aos cozinhados, hoje temos mais uma alternativa: a SAL-icórnia!
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